Thursday 25 October 2007

Vibrating, a pedra de Roseta


São quase 4 da madrugada, e às 6:30 tenho de me levantar para estar na FMUC a horas das aulas... Mas um olhar não me deixa, o meu olhar no meu baixo que parece chamar por mim. Algo me faz querer agarra-lo e fazer vibrar as suas cordas... Cada corda a vibrar em sequência faz-me vibrar também. Mas esta noite ele soa diferente. Por vezes excito-me e começo a toca-lo como se fosse uma guitarra, com força e vigor, mas agora também estou a tocar com uma força fora do normal, mas uma força de suave toque de veludo como a mão de um amante que segura a fita da sua amada.
O baixo chora, chora não necessariamente de tristeza ou felicidade, simplesmente chora como se com as suas lágrimas quisesse compor um rio nas vibrações do ar que me rodeia. E eu, vazio de sentimentos, sinto o baixo como uma extensão não do meu corpo, mas do meu espírito.No final, coloco-o na sua caixa de cabedal preto forrada a negro veludo. Abro a porta e as estrelas acusatórias brilham de aceitação. Quase que ainda o ouço a vibrar dentro da sua caixa, assim como o meu coração vibra dentro da minha caixa toráxica de carmesim carnal.Abrir ou não abrir a caixa? Não me parece que tenha muita escolha... porque o que lá está dentro anseia por sair.
Uma rosa por um qualquer outro nome que caminha pela neve já voou para longe, para Aman.
A vida é um cruel e inocente jogo de crianças.
E porque escrevo eu isto? Porque a melhor maneira de dizer algo a mim próprio é ouvir-me a dize-lo aos outros.

---------------

It's almost 4 am, and at 6:30 o'clock I have to get up to be in Medic School in time for the class... But a glance doesn't leave me, my glance in my bass that seems to call for me. Something makes to want to grab it and vibrate it's strings... Each string vibrating in sequence makes me vibrate as well.
But tonight it sounds different. Sometimes I get excited and play it as a guitar, with power and energy, but now I am also playing with a strength out of the normal, but a strength of soft velvet touch as a lover's hand that holds his lover's ribbon.
The bass cries, cries not necessarily with sadness or joy, it simply cries as if it wants to, with it's tears, compose a river in the vibrations of the air that surrounds me. And I, empty of feelings, feel the bass as an extension not of my body, but of my spirit. In the end, I put it in it's black leather box with black velvet inside. I open the door and the accusatory stars shine of acceptance. I almost still hear it vibrating inside of it's box, as well as my heart vibrating inside of my thoracic box of carnal crimson...To open or not to open the box? I don't think him to have a lot of choice... because what there is inside craves for freedom.
A rose for an any other name that walks over white snow already flew far, far away, for Aman. Life is a cruel and innocent children's game.
And why do I write me this? Because the best way to say something to myself is to hear me tell it to others.

------------

È pressocché 4 di mattina, ed a 6:30 io devo trovare su essere in Medico School in tempo per la classe... Ma un sguardo non mi lascia, il mio sguardo nel mia chitarra-basso che sembra mandarmi a chiamare. Qualche cosa fa volere afferrarlo e vibrarlo è sequenze... Ogni sequenza che vibra in sequenza mi fa vibrare come bene.
Ma stanotte sembra diverso. Qualche volta io sono eccitato e lo gioco come una chitarra, con potere ed energia ma ora io sto giocando con una forza anche fuori del normale, ma una forza di tocco di velluto molle come la mano di un innamorato che contiene il nastro del suo innamorata.
Il basso piange, non piange necessariamente con tristezza o gioisce, piange semplicemente come se vuole, con lui è lagrime, componga un fiume nelle vibrazioni dell'aria che mi circonda. Ed io, vuoto dei sentimenti, non senta i bassi come una dilazione del mio corpo, ma del mio spirito. Nella fine, io lo misi in lui è scatola di cuoio nero con velluto nero in. Io apro la porta e lo splendore di stelle accusatorio dell'accettazione. Io quasi ancora lo sento vibrando in di lui è scatola, così come il mio cuore che vibra in della mia scatola toracica di cremisi carnale. Aprire o non aprire la scatola? Io non penso che lui abbia molto scelta... perché quello nel quale c'è chiede insistentemente per la libertà.
Una rosa per un alcuno che l'altro nome che cammina su già neve bianca ha volato lontano, lontano via, per Aman.
La vita è il gioco di un bambini crudeli ed innocenti.
E perché mi scrivo questo? Perché il più buon modo di dirsi qualche cosa a me è udire dirglielo ad altri.

Corças & Corvos


Corças alvas rodeavam o teu castelo,
queira Deus não voltarei a vê-lo
nem voltarei a sentir o teu sabor.
Corvos negros que lá pairam, não por engano
desejam o teu agora corpo insano
que nunca voltará a sentir o meu amor.


Este é o refrão de uma das minhas líricas, chamada Corças e Corvos. Comentem, digam o que pensam.

Paradoxo equacional e o 'nunca mais'...

A não-lógica de uma equação que, aparentemente resolvida, se volta a repetir. Nervoso? Estranho. Tantos anos depois um simples elemento equacional não mensurável voltou a conseguir o impacto de comboio descarrilado dentro da minha percepção.
Não vou demorar. Vou sim. Analizar a equação e decidir a sua viabilidade em termos físicos e quânticos. Merda, o resultado é um paradoxo. Ignorar a equação por completo ou apenas aquele valor irracional que nem logaritmo é?

Será isto a tal "Emergency evacuation to regression" que eu tanto profetizei???

Devemos ser cordeiros que vivem para sempre ou leões por um dia? Numa recta paralela ao eixo dos Xx ou numa curva exponencial com destino à destruíção ou salvação? Ceder ao catalizador, ou contrariar Le Chatelier. Nem uma coisa nem outra, sou pequeno, sou ruivo, sou chato, sou um raposo. Woof, woof!

Skin so cold... Nervos, o suor arrefece a pele. E o suor alheio... será que a aquecerá numa soma de calores sobre a raiz quadrada de um céu e um véu rasgado por corvos e morcegos, nuvens e luar?

Nevermore, dizia o corvo, nevermore... E como Alan Poe tinha razão...
E como quis eu expulsar o corvo... não o entendo, não posso medir e analizar. Pára quieto! Ou então caga nisso... Uma equação, uma vez resolvida, não deveria voltar à mesa de trabalho! Serás a Lenore do passado de volta? Não sei, não te consigo colocar numa equação com resultado racional, não há número inteiro que te aceite, nem fracção ou logaritmo, porra!

Raven, raven, on and on, raven claws! Beware, for foxes may bite if cornered...

E que me deste tu naquele copo? Vinho? Sabia a sangue... era doce...
Ou seria néctar daquela flor de pétalas ruiva flamejantes de caule branco que se esconde por trás de grades de ferrugem? Não, isso não poderia ser, pois tal é venenosa para o comum mortal. Mas nós não somos própriamente comuns mortais, não é assim?

The future doesn't pass, and the past won't overtake the present. All that remains is an obsolete illusion. We are afraid of all the things that could not be... or that we don't expect to be.

Se a vida fosse simples como a matemática... mas há demasiadas variáveis imprevisíveis.
Vem amanhã de novo, que a resposta será a mesma... Nevermore! Espero eu...


Edgar Allan Poe
The Raven
[First published in 1845]

[...]
And the raven, never flitting, still is sitting, still is sitting
On the pallid bust of Pallas just above my chamber door;
And his eyes have all the seeming of a demon's that is dreaming,
And the lamp-light o'er him streaming throws his shadow on the floor;
And my soul from out that shadow that lies floating on the floor
Shall be lifted - nevermore!
[...]


Saturday 20 October 2007

Vida integral de estudante parcial


Acaba, então, mais um curto dia
e eu não estudei nada de anatomia...
24 horas não me chegam, tal é o meu fado!
Acaba assim mais uma semana,
e nada de estudar bioquímica na cama...
Sinto-me, no entanto, tão e tão cansado!

Podera cada belo dia ter mil horas,
e mil segundos cada fugaz minuto.
Para poder estudar e com os meus olhos
vislumbrar toda a beleza do Mondego.

Objectivos para este ano?
1. Fazer, pelo menos, o mínimo de pontos que bolonha exige.
2. Passar a todos os exames de bebedeira.
3. Arranjar uma namorada :)
4. Continuar a compor uma porrada de líricas!
5. Conciliar o trabalho e os estudos...

Para o futuro?
1. Não ter o diploma por ter, mas ser o melhor médico que possa. A aturar velhotas a queixarem-se da família.
2. Fazer o meu baixo falar por mim, sentir por mim, tocar melodias que façam os outros sentir.