Saturday 9 February 2008

O silêncio... mata lentamente.

Nós poderíamos esquecer o mundo lá fora...
Se não nos preocupássemos.
O céu é cinzento, mas tecto do teu quarto é azul...
Refúgio de um desejo forçado.

O silêncio... mata mais que a espada.

Se acordares a meio da noite, fala.
Se o nosso calor não te deixar dormir, verbaliza.
Os céus continuam cinzentos e tu gritas e gemes.
Mas não crias palavras.

Diz agora. Diz-me como o céu é cinza e cala-te com a porcaria dos pormenores das tonalidades.

Se não queres viver uma mentira, atira-me com a verdade. Diz-me como o céu é cinza e para de fugir para as tonalidades.

Se achas que o céu é de outra cor, diz-me e para com os rodeios!

Nós poderíamos esquecer o sangue lá fora...
Se não nos preocupássemos.
As ruas são gélidas, mas o teu quarto é escaldante.
Paredes graníticas refugiam um desejo forçado.

O silêncio mata muito mais que a espada.

Se acordares a meio da noite....
Se o nosso calor não te deixar dormir...
Os céus continuam cinzentos e tu...
Faz o que tu quiseres.

Aqui estamos nós. Mortos. Vítimas do silêncio.

1 comment:

Unknown said...

Tantas noites maiores que os dias, tantos acordares forçados pelo indefinível, tão longínquos no seu sentido...